Ciclo da Energia na Terra

Apenas para relembrar, dissemos que a Terra tem duas fontes de energia, ambas com a mesma origem, a gravidade. A primeira fonte é interna ao globo, que ainda veremos sob o título de TECTÔNICA. A segunda fonte é externa ao planeta: o Sol. Ele produz energia que chega até nós pela insolação, assunto deste texto.

Nosso ponto de partida coincide com o início da História Geológica, quando já está solidificada a crosta do globo formando o leito do oceano Pantalassa e o continente único Pangæa. Completando o globo terrestre existe a atmosfera com uma mistura dos gases nitrogênio, gás carbônico e vapor d’água.

A energia radiante do Sol ao chegar a Terra tem a capacidade de aglutinar moléculas do gás carbônico, pela catenação, em cadeias com diversas estruturas, desde lineares até cíclicas, ramificadas, tridimensionais etc., que ficam dotadas da energia que as formou. Para manter o foco no fenômeno central vejamos, de novo, “a fórmula mais importante do mundo”: a da fotossíntese. Observe que no segundo membro da equação a energia solar aparece embutida no resultado, que é a maneira de mostrar, geologicamente, o que é o “mistério da vida”

​Sabe-se hoje que cadeias de carbono se formam com qualquer quantidade ou qualidade de luz (luz de qualquer comprimento de onda), sendo a do Sol a mais efetiva, por ser a combinação de todas elas. Os compostos assim formados pertencem ao mundo orgânico. Sendo assim, o mundo em que vivemos está dividido em duas partes apenas: o reino orgânico e o reino mineral.

Não são três os reinos da natureza: animal, vegetal e mineral, como ensinado nas escolas primárias (uma influência de fundo religioso). De fato, geologicamente falando só existem dois reinos naturais:

1. O reino mineral, formador da Terra, do Sol e dos os astros do universo, e
2. O reino orgânico, de que trata a Biologia e a Química orgânica, produto da insolação e da composição química inicial da atmosfera da Terra, existente só, e somente só, na Terra.

O reino orgânico, então, subdivide-se em:

• Reino animal (tratado na Zoologia) e
• Reino vegetal (tratado na Botânica).

Enfatizando: animais e vegetais são subdivisões do reino orgânico.

Generalizadamente podemos dizer que o reino mineral é formado das rochas e da parte magmática do globo, enquanto o reino orgânico forma uma segunda parte, diminuta em relação à primeira, que tem características ímpares e só existe na superfície do planeta, incluindo o mar. Esses reinos não se misturam, mas se complementam para que o reino orgânico (animais e vegetais) cresça e sobreviva à superfície da Terra.

O reino orgânico é que se transforma em petróleo, que por sua vez se transforma em trabalho, riqueza, conforto e prosperidade para os humanos.Pela combustão, retirada a parte da energia formadora do reino orgânico, o CO2 e a água voltam à atmosfera, para reiniciar o Ciclo da Energia.

Observação importante: o petróleo NÃO É uma dotação inicial da Terra. Ele se forma posteriormente a organização primária do globo, depois do aparecimento da vida. Petróleo é uma consequência do fenômeno da vida!

Existem diferenças notáveis entre o mundo mineral e o mundo orgânico que serão detalhadas agora, porque serão arguidas em importantes conclusões futuras:

1. A quantidade de matéria mineral do planeta é fixa e forma (ilustrativamente) 99,999% do volume do globo, enquanto a matéria orgânica comparece com 0,001% desse volume.
2. Minerais, depois de solidificados, não crescem, ao contrário, diminuem de tamanho depois de deslocados da rocha matriz, pelo movimento que sofrem durante o transporte entre a origem (áreas-fontes) e as bacias de sedimentação.
3. Os seres orgânicos crescem em tamanho e em número, enquanto houver matéria-prima disponível para isso: o gás carbônico da atmosfera.
4. A matéria mineral solidificada é inerte e seus movimentos dependem da gravidade do planeta. A matéria orgânica é viva, tem movimentos próprios, embora tais movimentos continuem dependentes da gravidade do planeta.
5. A quantidade de energia superficial do planeta é crescente, enquanto houver a matéria-prima para o mencionado crescimento: o gás carbônico, o agente capaz de fixar a energia.

Por oportuno, tenhamos em conta um raciocínio anterior.

Animais e vegetais são energias de segunda geração ou energias de superfície ou ainda energia no estado sólido, e por essa razão não são formas de energia independentes, mas manifestações diferentes da energia originada no Sol.

Conhecidas essas premissas pode-se compreender o que foi chamado Ciclo da Energia, neste trabalho, invocando de novo a fórmula da fotossíntese como a base para todo o raciocínio e conclusões que serão feitas sobre o assunto. Observe.

A energia chegada a Terra completa seu ciclo em várias etapas que podem ser assim organizadas:

1. Chegada como insolação (insolation ou incoming sollar radiation), a energia do Sol confere estrutura ao gás carbônico da atmosfera transformando-o em compostos orgânicos, ficando a energia de formação embutida nas novas estruturas, cumprindo uma lei geológica: todo corpo aumenta de massa ao adquirir energia:

Massa = CO2 + H2O + Energia.

2. Daí em diante, os vegetais crescem sintetizando a energia do Sol através da fotossíntese (função clorofiliana), enquanto os animais, depois de formados, crescem à custa dos vegetais e outros animais.
3. O mundo orgânico passa pelo ciclo vital: nascimento, alimentação, crescimento, reprodução e morte, e assim passa para a forma de sedimento orgânico ou lixo orgânico.
4. Todo lixo orgânico é levado para uma bacia de sedimentação e se acumula nos reservatórios de subsuperfície, onde será transformado em petróleo.
5. Retirado da subsuperfície (geralmente através de um poço) o petróleo se transforma em vários produtos industriais nas refinarias e na indústria petroquímica.
6. Depois de extraída a energia de formação, transformada em movimento pela combustão, desfaz-se a equação original, sobrando a massa que se separa em seus componentes minerais, gás carbônico e água, que voltam a circular na atmosfera, para sofrer nova estruturação em hidrocarbonetos. Observe a equação contrária da fotossíntese:

Massa – Energia = CO2 + H2O + Movimento

Em qualquer forma intermediária que se encontre a matéria orgânica invariavelmente volta mais cedo ou mais tarde como lixo orgânico à forma de petróleo, em uma bacia de sedimentação.

Em resumo, depois de chegada a Terra em forma de radiação solar (energia de primeira geração) a energia é fixada em forma tridimensional, vegetais e animais (energia de segunda geração), que após breve tempo na superfície do globo se acumula na subsuperfície em forma fluida e permanente: petróleo (energia de terceira geração). A energia do petróleo é retirada daí por artifícios humanos e utilizada em máquinas e motores, que pela combustão (energia de quarta geração) gera conforto, lazer, trabalho e dinheiro, que é a forma condensada de energia!

Segundo essa definição, todos os animais, especialmente a humanidade, não são seres especiais (criados por extraterrestres ou gerados espontaneamente), mas partículas representativas da energia do Sol reunidas na superfície da Terra, ocupando uma posição intermediária entre a chegada da energia em forma de luz e a acumulação definitiva em forma de petróleo, na subsuperfície.

Todos os seres vivos passam pelo que se chama de ciclo vital: animais e vegetais nascem, crescem, reproduzem-se (principal função durante a vida), e ao cabo de pouco tempo, morrem, passando a outra forma de energia – forma fluida: líquida e/ou gasosa – no ciclo energético. Animais e vegetais cumprem esta fórmula inapelável e invariavelmente desde o resfriamento da superfície do planeta, ou seja, quando a litosfera foi formada.

Observe no quadro um paralelo entre o conhecido Ciclo da Água e o desconhecido Ciclo da Energia.

Como se pode observar, o processo formativo do petróleo é da idade da Terra, desde o seu resfriamento, e somativo nos diversos reservatórios da subsuperfície. À medida que o tempo passa, os minerais e o lixo se acumulam em bacias de sedimentação: os detritos orgânicos se transformarão em petróleo e os minerais em reservatórios, sem interrupção.

Vimos anteriormente que o petróleo, como qualquer forma de energia, não se perde, apenas muda de reservatório, até que, pela combustão, libere a energia de formação e regenere para a atmosfera os componentes químicos que o formam, para reiniciar o ciclo da energia. Não esquecer: a matéria-prima do petróleo é o gás carbônico retirado da atmosfera.

Observar que a energia do Sol fica embutida nos tecidos dos vegetais. É o momento da materialização da energia, da origem da vida, um fenômeno de extraordinária importância do ponto de vista filosófico e de secundária importância sob o ponto de vista geológico. A maneira mais didática de mostrar o fenômeno foi colocar a palavra “energia” embutida na fórmula química, para mostrar o crescimento da matéria com a energia ou o aumento da massa de matéria CO2. É a maneira como se formam e crescem os vegetais.

Não existe equilíbrio entre a retirada e a reposição do gás carbônico da atmosfera. A retirada é feita rapidamente pelo maior número de vegetais consumidores do gás carbônico, enquanto a reposição se faz pela combustão verificada na respiração animal, incêndios ocasionais e o trabalho dos motores de combustão interna ou externa. Essa diferença entre consumo e reposição é a responsável pelo fenômeno da desertificação da Terra. Ressaltando. A máquina de retirar carbono da atmosfera é maior e mais eficiente do que a de repor. A energia da máquina de retirar o CO2 é infinita e ininterrupta: a luz do sol.

Observar então que a fotossíntese é o antônimo de combustão. A fotossíntese retira CO2 do ar atmosférico e a combustão o devolve.

Não há balanceamento entre os dois fenômenos na escala geológica. Ao contrário, o fenômeno é desbalanceado em favor da retirada do carbono, devido ao número muito maior de vegetais do que os fatores da reposição, acima mencionados. Apesar desse fato geológico é comum nos noticiários as campanhas equivocadas para reduzir as emissões de CO2.

Pode-se então raciocinar que ao princípio da história da Terra somente existia o mundo mineral. A energia do Sol formou os primeiros vegetais e a energia passou a ser armazenada e concentrada com a proliferação dos mesmos sobre a superfície, quando as CNTP daquele tempo tornaram isso possível.

Se o fenômeno existe desde quando a Terra se formou é fácil raciocinar que ao princípio não havia oxigênio e havia muito gás carbônico, o que favoreceu o ambiente para proliferação dos vegetais (v. experiências de Jean Senebier). A passagem do tempo levou a que se acumulasse o oxigênio na atmosfera como resultado da fotossíntese e uma correspondente rarefação do carbono, transformado que foi em energia acumulada na forma de vegetais.

No prosseguimento do raciocínio chega-se a conclusão de que os vegetais foram os primeiros habitantes da Terra. Depois, a determinado nível mínimo de oxigênio acumulado na atmosfera (resultante da fotossíntese) é que foi possível o aparecimento de outros seres orgânicos: os animais, seres pulmonados, pois estes precisam de oxigênio para sobreviver.

Vivemos atualmente no ramo declinante de um período de exuberância orgânica, mas deveremos entrar em uma fase de declínio acentuado até um fim, quando a atmosfera for composta somente de nitrogênio e oxigênio.

Neste ponto podemos demonstrar a situação atual do planeta frente ao fenômeno descrito acima:

1. A fase inicial da sedimentação da atmosfera faz o supercontinente original, Pangæa, se cobrir de verde devido à clorofila desenvolvida pelos vegetais para sua alimentação e crescimento
2. A transformação desses vegetais em petróleo e o declínio da quantidade de gás carbônico da atmosfera dão início à fase da desertificação do globo.

As áreas desertas do globo já constituem uma boa parte dos diversos continentes, algumas notáveis como o Saara e Kalahari, na África; Gobi, na Ásia, Sonnora, nos EUA, Atacama, no Chile, e outras menos famosas. A desertificação é um fenômeno irrecorrível, pois depende do restante do gás carbônico presente na troposfera: apenas 0,032% do volume do ar atmosférico!

Outro raciocínio consequente é o seguinte. A desertificação do planeta diminuiu de intensidade somente no início do século passado, devido ao aparecimento dos países industrializados, que ao queimarem petróleo contrabalançam o trabalho da fotossíntese, e assim repõem parte do gás carbônico.

Ainda dentro do mesmo raciocínio estratigráfico, pode-se também descrever a evolução da Terra em tons de cor: ao princípio a Terra foi de cor branca (devido à cor geral das rochas que formavam os continentes) e azul (devido ao oceano único e a atmosfera). Passou por uma fase de verde intenso, devido o domínio da clorofila dos vegetais que cobriam os continentes, e dirige-se agora à nova fase desértica, quando todo o gás carbônico da atmosfera estiver transformado em petróleo nos reservatórios da subsuperficie do globo.

A Terra ainda pode ser descrita em relação à vida: ao início passou por uma fase desértica; depois, abundante em vida gigante, a exemplo dos dinossauros, que foram extintos com o fenômeno da fragmentação continental, quando começa uma nova fase plena de vida (vegetais e animais atuais), e no futuro voltará à fase desértica. Vale lembrar que a extinção dos dinossauros se deveu ao maior abalo sísmico ocorrido no planeta, que fragmentou Pangæa, o continente único. A extinção da vida, animais e vegetais, ou a desertificação da Terra se dará pela ausência de gás carbônico da atmosfera, o gás da vida.

Prosseguindo na mesma linha de raciocínio, em termos de petróleo pode-se raciocinar da mesma maneira e dizer: no princípio da história da Terra não havia qualquer petróleo; atualmente passamos por uma fase de acumulação média, caminhando para a última fase de acumulação máxima, quando todo o mundo orgânico estiver enterrado, e os reservatórios cheios de petróleo, mas sem que exista alguém para usá-lo. Ver quadro resumo.O ciclo da energia desse ponto em diante ficará interrompido, isto é, não mais se fechará por falta de CO2.

Do resumo depreende-se que o que governa a existência da vida no planeta é a composição química da atmosfera, e que a variação nela verificada (uma função da energia solar) é que define o que acontece com os seres vivos.

No princípio surgiram seres adaptados às condições iniciais, ou seja, adaptados para viverem em uma atmosfera carregada de gás carbônico e nitrogênio (um gás inerte). Nenhum animal da atual atmosfera poderia estar presente naquele tempo, por total incapacidade orgânica. Da fauna e flora do passado ficaram apenas as marcas de sua passagem pela superfície do globo (os fósseis), e a parte orgânica foi toda “estocada” na forma de petróleo que estamos a usar hoje.

Ao longo da evolução do planeta há um ponto, relativamente recente, em que as condições favoreceram o aparecimento da espécie humana, mas as condições para manter a continuidade dessa espécie na Terra deverão chegar a um ponto máximo, declinando em seguida até o seu desaparecimento. Deste modo, qualquer animal ou vegetal que esteja em processo de extinção será fatalmente extinto, a despeito de qualquer esforço de nossa parte para evitar que isso aconteça.

As variações atmosféricas e a sucessão de animais e vegetais é um lugar comum ao longo da história geológica.

Somente o animal homem pode interferir levemente no Ciclo da Energia desde que é o único animal que faz uso continuado e intenso de petróleo, mas não escapará do destino comum dos outros animais: dentro dos reservatórios de petróleo na subsuperfície, com alguns fósseis incrustados nas rochas atualmente em formação.

Desse quadro descritivo temos a explicação para as quantidades extraordinárias de petróleo conhecidas no mundo, e deduzir porque o petróleo não se acaba. Também se deduz porque o petróleo é mais conveniente como combustível para a humanidade. As suas qualidades são únicas e incomparáveis, gerando produtos variados nas refinarias, além de estar estocado, gratuitamente, no planeta. As outras formas de energia são apenas complementares e não alternativas a ele.

Conclui-se. Quanto mais petróleo for queimado mais prolongada será a vida como a conhecemos. A alimentação e a proliferação da vida vegetal são conseguidas facilmente, pois é uma função da energia solar e da presença do gás carbônico na atmosfera. Não existe vegetal sem CO2! E os animais não existem sem os vegetais. Entre os animais somente a proliferação é fácil e prazerosa. A alimentação não. Há dificuldades em consegui-la, e para a maioria das pessoas é uma das causas mais comuns da morte prematura: fome ou falta de alimento.

Pode-se também deduzir que a única e principal finalidade dos animais e vegetais, particularmente a humanidade, é a manutenção ou preservação das espécies através da reprodução. Em outras palavras, a responsabilidade do homem na manutenção e acumulação da energia na Terra é feita através da reprodução. Trabalhamos e nos alimentamos, divertimo-nos e descansamos (atividades colaterais e de apoio à reprodução), de maneira que possamos cumprir a passageira missão na Terra: reproduzir ou gerar descendentes para preservar a espécie e acumular cada dia mais energia nos reservatórios de subsuperfície.

E, finalmente, as campanhas sobre o uso de “energia limpa” são feitas por profissionais que desconhecem as leis geológicas ou têm outros interesses, desde que consideram o gás carbônico resultante da queima do petróleo como um poluente. Esse gás é o único alimento dos vegetais! A combustão da cana, bagaço de cana, milho, sementes oleaginosas, etc. produzem CO2 e água, igual ao petróleo. A propósito, o fracasso do programa do etanol no Brasil é um bom exemplo para evidenciar o uso restrito e limitado das energias de superfície, além de serem caras.

Considerando todas essas informações indicamos o video sobre o Ciclo da Energia.